sábado, 16 de abril de 2011






O último balanço de casos de dengue no estado de São Paulo, no primeiro bimestre, foi 92,6% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, segundo a Secretaria de Estado da Saúde. O órgão não tem levantamento mais recente.

Os municípios paulistas informaram à Secretaria 3.390 casos autóctones (com transmissão dentro do estado) da doença. No primeiro bimestre do ano passado houve 46.050.
 Segundo os dados do primeiro bimestre,  Ribeirão Preto concentra 49,9% dos casos confirmados em janeiro e fevereiro, seguida por Bauru, com 7,1%, Araraquara, com 3,4%, e Santa Fé do Sul, com 2,8%.
Risco do tipo 4
No mês passado, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio confirmou os dois primeiros casos de dengue tipo 4 na região Sudeste.  De acordo com o infectologista Celso Granato, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), o vírus tipo 4 não é mais perigoso ou letal em relação às outras variações (1,2 ou 3). Os sintomas são idênticos: dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, febre, diarreia e vômito. O tratamento também é igual.
No entanto, esse sorotipo não circulava há pelo menos 28 anos no Brasil e a maioria da população não teve contato com ele, por isso está desprotegida. Quando uma pessoa contrai um tipo de dengue, cria imunidade a esse vírus. Porém, ela pode ser infectada pelos outros tipos. Por exemplo, quem teve dengue tipo 1, pode ter dengue tipo 2, 3 ou 4. A cada vez que indivíduo é infectado, maior a possibilidade de contrair a forma grave, como a dengue hemorrágica.
“Uma parcela da população poderá ter dengue pela segunda vez, pela terceira vez [por causa do sorotipo viral 4]. O vírus não é pior, mas a população está suscetível. A maioria está experimentada para os tipos 1 e 3”, disse Celso Granato.
A falta de imunidade ao vírus eleva as chances de uma epidemia de dengue 4 no Brasil. Para o infectologista da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Edmilson Migowski, o aumento de casos da doença não deve ser imediato. Ele prevê que o efeito deve ser sentido no verão do ano que vem, por isso ressalta a importância máxima da prevenção.
O Ministério da Saúde afirmou ao BOM DIA que a predominância de um ou outro sorotipo não altera em nada as diretrizes do Programa Nacional de Controle da Dengue, pois a prevenção das epidemias é realizada da mesma maneira: por meio das medidas para acabar com os criadouros do mosquito transmissor, o Aedes aegypti.
No entanto, o Ministério admitiu que o país “vai conviver com a dengue por muitos anos, uma vez que as condições atuais de meio ambiente, saneamento básico e os hábitos do mosquito tornam quase impossível eliminá-lo do ambiente urbano”.  É bom ficar esperto com ele.

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